ONDE ESTÁ O WALLY?!
O Wally não sei, mas, a
Ruth’s Newsletter já está online
Os mais perspicazes poderão reparar que está em formato blog, actualizado, revisto, acrescentado, ilustrado e internacionalizado (para quem tiver paciência para ler os arquivos). Para aqueles que não têm paciência e pensam que essa será uma maneira de não receber a edição via email, desenganem-se. A Ruth’s Newsletter continuará a sua existência no seu formato email porque foi assim que ela foi pensada – para chatear-vos com a minha insignificante existência e não para vos facilitar a vida com um link que podem muito bem evitar sob o pretexto – “já leio...” Apesar de, o formato online ser a única forma do Greg ler as Newsletters pois, até aqui, nenhuma chegou à sua “caixa cheia de chuva”.
Seguindo esta linha de pensamento, a Ruth’s Newsletter online não será um web blog mas antes uma edição arquivo online com tudo arrumadinho onde só entra quem eu quero. Numa palavra, é ‘privado’.
A justificação está no facto de querer a minha vida privada e partilha-la com quem me apetecer e manter ‘O Mundo’ fora da minha vida singela, até porque ‘o Mundo’ não iria captar a essência ‘rutiana’ (sim, palavra nova, inventei agora mesmo...) e ficaria ‘a leste’ ( se bem que ‘ O Mundo’ tem leste, oriente, norte e sul....).
No entanto, haverá muitos que partilharão a opinião do Marco ao salientar “Já viste o paradoxo de ter um weblog privado?!” Nenhuma das justificações acima indicadas pareceram convence-lo, porém, após uns minutos de reflexão no âmago da sua consciência concluiu que tinha razão:
“O meu nome vem mencionado...é melhor não pores isso público”.
Ok, pronto... É uma justificação.
Assim posso chamar-lhe
“Tomate Podre” pelo comentário:
“Se dissesses mais cedo que querias ir ver a peça ‘do Tendinha’ podias ter ido” quando, uma semana antes havia afirmado: “
Também queria ver essa peça!”. E isto sem que ‘O Mundo’ saiba...
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ou
AQUI MESMO!
Bjo
Rute
SÍNDROMA PETER PAN
Pois é, ele existe. E, ainda mais grave, eu padeço desse estado clínico.
Todos pensamos que só o sexo masculino sofre de ilusões sobre o seu interminável estado de juventude contudo, para minha penosa surpresa, descubro que sou uma PP (não confundir com Partido Popular ou Paulo Portas). Parece contra natura, contra os desígnios de Deus, os ensinamentos do Marketing e Publicidade, contra tudo o que julgávamos ser verdade mas, caros amigos, eis as evidências:
Aos 27 anos
NÃO TENHO- Nenhum namorado ou emprego fixo
- Carro, cartão de crédito, empréstimo no Banco
- Interesse de conhecer pessoas mais velhas que esqueceram todos os seus
sonhos e ideais e troca de salário chorudo
- Uma cama de casal
- Ambição de viver num subúrbio verde, casar com homem de futuro garantido e salário de 8000€ por mês
- Desejo de ser mãe ou ter filhos
- Fato de duas peças (ou uma), estojo de maquilhagem, sapatos de salto alto, baton, verniz ou secador de cabelo
TENHO- Liberdade para fazer o que quero
- Amigos mais novos (ou da mesma idade)
- Apenas uma conta bancária (aquela que abri quando entrei para a Universidade)
- Uma cama de solteira
- 2 gatos e um cão
- Um passe combinado
- Aversão a responsabilidades e compromissos emocionais
- Sonhos concretizados
É descaradamente óbvio!
E agora? O que faço?! Como é que isto se cura?!
Não me levem a mal, ser PP é excelente...
...Quando estamos na
Terra do Nunca!
Quando estamos no mundo real e; percebemos que os amigos se ausentam para fazer parte de uma bem oleada peça unitária (vulgarmente conhecida por “Namoro” e/ou “Casamento”), não somos levados a sério por não fazemos parte de um (ainda mais) bem oleado sistema laboral com direito a contrato e salário e somos constantemente massacrados com as mesmas (oh pertinentes) questões tidas como essenciais para a manutenção do tecido social do qual a Humanidade faz parte... ser PP não é pêra doce.
É tarefa penosa quando, percebemos que estamos num círculo de conversa ‘adulta’ e ficamos à nora sem saber o que dizer e apenas podemos oferecer o nosso espirituoso comentário com uns laivos humoristas para servir de escape e todos pensarem “tão querida” e voltarem à sobriedade de ser adultos.
É especialmente penoso quando há reuniões familiares e reparamos que somos o único elemento familiar que ainda não ‘produziu’ uma família. Sim, pois o tom inquisidor do rol de perguntas que passam por “
Já casaste?”, “
Quando Casas?”,
“Então e quando é que tu tens um ‘destes’ (nome “ternurento” dado a bebé)?” e a perplexidade ao respondermos :
“Não”, “
Não sei”, “
Não estou a ver...” dá a entender que “Não tens, não entras no clube”, e és desqualificada do mundo ‘adulto’.
Mas ainda há esperança. Até porque hoje em dia, a família é posta em segundo plano para dar lugar a uma carreira e então que nos é dada uma segunda oportunidade, - a renovação de confiança na nossa “
adultariedade” é reposta se respondermos satisfatoriamente à questão:
“Trabalhas onde?”
As 3 respostas PP são:
Estou desempregada (A crise económica é culpada do nosso infortúnio, e não nos chateiam mais, optando por dizer mal do governo vigente) Ao fim de 3 meses, esta resposta perde a sua validade.
Emprego Part Time Resposta que será imediatamente seguida pela questão: “Que curso tens?”. Qualquer part time que pouco ou nada tem a ver com o curso não é satisfatório tendo em vista o tal objectivo supremo da “família”.
Colaboração não remunerada (Por mais glamorosa,
cool, porreira que seja a colaboração, se não vem atrelada a contrato de trabalho ou salário é um hobby que nos desvia do objectivo supremo.
Nenhuma destas respostas é satisfatória portanto, a estratégia “Mulher Carreira” vai pela pia abaixo e continuamos a ser um peculiar objecto de estudo de sociologia marginal.
Sendo-se um(a) Peter Pan, assistir ao casamento dos amigos é assim algo tortuoso, especialmente a partir do momento em que se vai no 3º casamento do/a amiga/o e o estatuto de "solteira sem acompanhante" (SSA) continua inalterável. Nessas ocasiões há sempre alguém armado em Master do Universo que gosta de referir as vantagens de ser casada/o como se estivesse a lembrar a si próprio algo que se esqueceram.
Recordo-me de um casamento onde eu era a única solteira na mesa (sem contar com os putos) e cometi a insensatez de afirmar não acreditar no casamento porque era apenas um papel que não representava nada, em resposta à pergunta: “Quando é que te casas?” Meu Deus, quase fui fulminada ali na cadeira onde estava. Não sei porque a minha resposta a ofendeu. “Há quem acredite!”, contestou com os olhos chispados de asco.
NOTA MENTAL: Evitar frases reivindicativas sobre o facto de estar solteira para evitar conflitos desnecessários.
Às vezes apetece dizer:
“Não, sou solteira. Tem algum problema com isso ou está com inveja do tempo em que não tinha de aturar namorado/marido chato”? Mas um simples “Não” e aceitar a derrota com humilhação e um sorriso semi circular é a melhor opção.
Contudo, o universo PP continua a ser a Terra do Nunca e quando, por alguma razão, tem de descer à Terra, os primeiros momentos de adaptação podem valer alguns deslizes.
Há umas semanas, encontrei uma velhota que me perguntava “
Você não é casada pois não?!” (Here we go...) “Não, não sou... ainda.” Respondi. Mas, ao contrário do que julgava ser a sua contra resposta, a velhota achava muito bem que eu não me casasse. “Se fosse da sua idade e se soubesse o que sei agora, não me tinha casado!”
“Pois, mas espero vir a casar, não por um papel. O meu casamento será realizado aqui (apontando para a cabeça) e aqui (apontando para o coração)”.A velhota sorriu e disse que sim.
Cá para mim também sofria de síndroma Peter Pan...
Bjo
Rute PP