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Ruth's Newsletter
Wednesday, July 27, 2005
  BEIJA A TUA CINEFILIA
Todo o cinéfilo digno desse nome, sente um impetuoso desejo de fazer listas, compilar tops, categorizar filmes, segundo critérios (pessoais ou não).

Com a tenra idade de 12 anos já fazia a minha lista de "Realizadores Favoritos” onde constavam nomes como: Steven Spielberg, George Lucas, Robert Zemeckis, John Hughes, Joe Dante e Richard Donner. A cinefilia precoce não se concentrava exclusivamente em listas: coleccionava clips de áudio, tinha (e tenho) um arquivo de artigos, notícias e boletins relativos a cinema e tv, recortava imagens de promoção dos filmes preferidos, guardava os canhotos dos bilhetes de cinema que estavam classificados. Isto numa altura em que desconhecia o significado da palavra “cinefilia”.

Toda esta rotina causava grande perplexidade aos meus pais e era classificada como “estranha” (talvez este seja o mais adequado eufemismo) e durante muitos (demasiados) anos encaravam esta cinefilia como algo anormal da minha personalidade que era descrita como “sonhadora”, “tímida” e “introvertida”. A reincidente crise existencial em relação à profissão a seguir no futuro, contribuía para classificar a cinefilia como algo mau que não levava a lado nenhum. (A partir do momento que soube que “Protectora dos Animais” não era uma saída profissional, nunca mais fui a mesma...)

O 10º anos trouxe a disciplina de Jornalismo que se revelou uma das mais interessantes cadeiras escolares. Ali, artigos e composições sobre cinema (ou música), não só eram bem-vindos, como foram o veículo para muitos “Bons”. A professora chegou a questionar a autenticidade do artigo sobre a ILM (Industrial Lights and Magic) – para os mais leigos, a fábrica de efeitos especiais de George Lucas.

Isso é tudo muito bonito quando inseridos no sistema escolar mas, uma vez “cá fora”, a cinefilia pouco servia e continuava a ser classificada de “estranha”. Na realidade, pode-se ganhar a vida a escrever sobre cinema mas, o meu percurso ilustra na perfeição o comentário da mãe de uma crítica de cinema no documentário de Maria de Medeiros: “Onde já se viu, alguém lá ganha dinheiro como crítica de cinema”...

AH AH...

No Verão de 1998, recebi uma chamada de um aluno da minha faculdade, o Marco, que mostrou interesse em ficar com a “pasta” de cinema do Jornal. Conversamos um pouco sobre a mecânica dos visionamentos e do jornal. No princípio, não percebi qual o grau de interesse e conhecimento sobre o assunto, até ao momento em que ouvi do outro lado do telefone a propósito do tópico das últimas estreias:

“Até achei piada ao ‘Armageddon’, apontei 5(0-10)estrelas no caderno onde classifico todos os filmes que vejo”.

Soube imediatamente que no mesmo espaço físico de km2 havia outro “marciano”. Não conhecia mais ninguém que classificasse os filmes que via, muito menos apontando religiosamente num caderno. Senti-me como a abelhinha no videoclip "No Rain" dos Blind Melon ao encontro do paraíso das abelhinhas que eram “anormais” no mundo real. As “antenas” da cinefilia são como radares e a piada é, exactamente, partilha-la com aqueles que discutem tópicos de cinema com a mesma seriedade e importância da discussão do défice orçamental no parlamento.

Se ignorarmos a nossa vassalagem a Steven Spielberg e Richard Donner, nos anos 80, as nossas preferências de género não tem nada a ver um com o outro – se contasse a nossa discussão filosófica de “O Tigre e o Dragão “ de Ang Lee e "A Vila "de Shyamalan, corria o risco de nunca mais sair daqui. Não é isso que importa, mas sim, a pura exaltação de perguntar: “O que achaste da Guerra dos Mundos?” e iniciar uma conversa detalhada e pertinente que vai muito além do simples: “Foi giro...”.

Estando à frente (ou na retaguarda – conforme o ângulo) da crítica cinematográfica há sete anos, é lógico que encontrei outros cinéfilos pelo caminho mas não será demais salientar que um simples telefonema no verão de 98 se transformaria na celebração da minha “anormalidade”.

“All I can say is that my life is pretty plain
you don't like my point of view
you think I'm insane
Its not sane...it's not sane.”


E porque o Marco nunca faria uma lista como esta (dá preferência aos TOPs, imaginem a epifania ao ver o “Alta Fidelidade”) e a minha cinefilia merece ser beijada com toda a paixão que lhe dedico, eis a minha lista de

MELHORES BEIJOS CINEMATOGRÁFICOS

Drew Barrymore + E.T (E.T- Extra Terrestrial)


Um beijo é, usualmente, prelúdio de uma arrebatadora paixão mas também pode ser a elevação de um amor tão puro que não conhece barreiras. Este não foi o primeiro beijo de ecrã que vi, tinha na ideia os clássicos a preto e branco, mas a imagem da Gertie a beijar o E.T, antes deste partir, ficou para sempre tatuada na memória.

Christian Slater + Patricia Arquette (True Romance)


Beijos lascivos fotografados em contra luz foi, durante muito tempo, a imagem de marca de Tony Scott. Fê-lo em “The Huger”, “Top Gun” , “Revenge”, “Days of Thunder” e o filme protagonizado pelo meu actor fetiche da adolescência: Christian Slater e Patricia Arquette. True Romance é uma história de amor com o carimbo Quentin Tarantino, contudo, penso que não seria filmado com a mesma intensidade passional fosse ele o realizador. No comentário áudio de Top Gun, o mais novo irmão Scott, explica que era o “modus operanti” de filmar cenas de amor daquela altura mas, o que Tony filma; no quarto, cama, cabine telefónica, consultório médico, carro, água, sai sempre bem.

Leonardo Di Caprio + Claire Danes (Romeo + Juliet)


Baz Luhrmann capta na perfeição a paixão inocente, mas avassaladora de Julieta e o do seu Romeu. Apaixonam-se através de um vidro de aquário ao som de “Kissing you” de Desireé mas beijam-se no elevador ao som dos Garbage: “#1 Crush”. A câmara rodopia a 360 graus em câmara lenta. Imagem de marca de Baz and he does it DAMN well!

Ewan McGregor + Cameron Diaz (Life Less Ordinary)



Celine What's wrong?
Robert What's wrong, you crazy bitch, is I thought you were gonna shoot me! THAT'S what's wrong!

Celine toma as rédeas do seu próprio rapto e surpreende Robert com um inesperado beijo após um assalto a uma loja de conveniência. O amor filmado por Danny Doyle nunca é banal mas visualmente perfeito.

Ralph Fiennes + Angela Basset (Strange Days)



Lenny e Mace dispersam por entre a multidão no primeiro dia de 2000. Ela segue de carro para a esquadra, ele afastando-se, percebe que está apaixonado por ela e volta para trás. Bate no vidro, puxa-a de dentro do carro olhando profundamente nos seus olhos. Ouve-se “Fall in the Light”de Lori Carson e Graeme Revell, caem confettis. Um final feliz reminiscente com aquele dos filmes de John Hughes, quando o gajo finalmente percebe que está apaixonado pela amiga e não a cabra da outra gaja.

Vicent Perez + Isabelle Adjani (La Reigne Margot)


Quando La Môle descobre que a mulher mascarada é a Rainha Margot “Cette qui l’aime comme se venge”. Vicent Perez parece um anjo. Devia de ser proibido os homens serem assim tão bonitos (e ainda por cima bem apetrechados...)

Val Kilmer + Joanne Whalley (Willow)


Impregnado de pó de “corações despedaçados”, Madmartigan entra na tenda de Sorcha para resgatar a bebé Elora e acaba por declarar-lhe amor eterno. São surpreendidos e antes de escapar Madmardigan rouba um beijo à moda dos grandes clássicos de capa e espada. Tensão sexual entre guerreiros de sexos opostos - Hans Solo e Princesa Leia part II, num reino far...far away. Ah e a tensão sexual deu frutos, Val Kilmer casou-se com Whalley.

Matt Damon + Minnie Driver(Good Will Hunting)


Skylar: You were hoping for a goodnight kiss.
Will: No, you know. I'll tell ya, I was hoping for a goodnight lay, but I'd settle for a good night kiss.

Categoria: “WET KISSES”

Está ainda por explicar o porquê do meu fascínio e atracção por água para actividades libidinosas. Acho que foi a partir do momento que descobri que o contacto do meu cabelo na água causa pele de galinha. Masturbação capilar lol - How weird is that?!

Diane Lane + Michael Paré (Streets of Fire)


Lane e Paré, belíssimos neste musical de acção (soa estranho mas é muito bom). Cody diz a Ellen: "You know, no one ever had a hold on me like you did. I would have done anything for you. A long time ago I would have thought you were worthy of it. Not anymore, babe. Sai porta fora, chove intensamente. Ela segue-o e pergunta “What did I do to you that was so wrong?!

Beijos à chuva... hummmm(suspiro)

Jena Malone + Hayden Christensen (Life as a House)


A obstinada Alyssa entra no duche de Sam para perceber se os rumores de homossexualidade dele são verdadeiros. Certo...

Alyssa Look, I thought I was helping you.
Sam: It would help me if I could kiss you.
Alyssa: No. Look I thought we were just friends.
Sam: Well, what you think you know doesn't necessarily have much to do with reality. I mean I hope I'm not the first one to tell you this.

A Jena Malone protagonizou igualmente, um beijo deliciosamente perfeito com o Jake Gyllenhaal em Donnie Darko mas, esta cena de "Life as a House", faz os meus olhos brilhar.

Zach Braff + Natalie Portman (Garden State)


AMO esta cena. Argumentistas de Hollywood, ponham os olhos neste timing para um beijo cinematográfico com mais arrebatamento que fogo de artifício. Large grita para o fundo do precipício afogando toda inércia da sua vida, tomando o rosto de Sam nas suas mãos e beijando-a sob chuva torrencial.Lindo!

Ethan Hawke + Gwyneth Paltrow (Great Expectations)



Visual e musicalmente perfeito, a adaptação moderna do livro de Charles Dickens com o mesmo título é o melhor filme de Alfonso Cuarón. A química entre Hawke e Paltrow extravasa o ecrã e o beijo surpresa no repuxo mostra o verdadeiro sentido de “beijo molhado”.

Categoria: “ALWAYS A GOOD SCREEN KISS”

Não interessa qual a ou o co-protagonista. Quando estes senhores beijam no grande ecrã, miúdas, mulheres e senhoras sentem um frio no estômago e os neurónios correm desalmados para o cérebro para transmitir: “Isto não é uma preliminar de sexo, é apenas um filme”.

- a nova guarda -

Josh Hartnett + Whatever! (na foto) Diane Krueger (Wicker Park) /Kirsten Dunst (Virgin Suicides) / Laura Harris (The Faculty)


Josh Hartnett poderia até beijar uma parede, o vazio ou um rinocerente, surtiria o mesmo efeito. Sofia Copolla captou a mística libidinosa de Hartnett na perfeição, pondo-o a percorrer, em câmara lenta, um corredor de liceu ao som de “Magic Man” dos Heart. A ala feminina suspira e nem sequer um beijo é trocado. É tudo, altura, olhar, postura, mãos. Efeito ‘crescendo’ quando inclui beijo

&
Keanu Reeves + Whatever! (na foto)Lori Petty (Point Break) / Charlize Theron (Devil’s Advocate) / Cameron Diaz (Feeling Minnesota)



No ecrã, Keanu já beijou mulheres e homem e dá-me o mesmo tesão (desculpem, fui muito directa?!) Monica Bellucci mencionou que beijou Keanu Reeves 20 vezes numa cena de “Matrix – Reloaded” e adorou cada minuto pois “o Keanu beija muito bem”. Monica, mor, isso já nós sabíamos (infelizmente não podemos confirmar inloco)

- a velha guarda –

Richard Gere + Whatever! (na foto) Debra Winger (Officer and a Gentleman) /Valerie Kaprisky (Breathless)


Confesso que não sou fã do Richard Gere, mas que o homem sabe beijar no grande ecrã, sabe. Aprendam com o mestre. A idade passa por ele mas não o dom ósculativo que continua vivo e de boa saúde..

&
Michael Douglas + Kathleen Turner (Romancing the Stone)


Michael Douglas outrora foi uma bomba sexual dentro e fora dos ecrãs. Presentemente apenas expressa o seu potencial à sra Douglas, Catherine Zeta-Jones, à porta fechada, mas fica aqui a recordação do melhor beijo dos anos 80 com a partenaire Kathleen Turner.

Adrien Brody + Halle Berry (Cerimónia dos Óscares 2003)


Bem sei, tecnicamente não é um beijo cinematográfico porque aconteceu em tempo real, em directo, em frente de milhões de espectadores. Quem assistiu sabe que não há beijo mais arrebator que aquele que apanhou de surpresa Halle Berry.

Se chegaram até aqui PARABÉNS, já aprenderam umas coisinhas jeitosas sobre cinefilia e podem brilhar numa convenção de cinéfilos.lol

Bjo
Rute
 
Friday, July 22, 2005
  NUMEROLOGIA
2. Foi encontrado o segundo melhor filme do ano, a luz ao fundo do túnel escuro do desinteresse cinematográfico. Crash é uma explosão de emoções com um tal arrebatamento e beleza que rende qualquer alma. Que tal espreitar a opinião da conceituada jornalista (AH! AH) em cinefilos.tv

5, o número de animais a residir em minha casa depois da resgatada aquisição: Flora (Seriam 6 se o Marco não surgisse para salvar o dia e acolher “O Coxo”, o gatinho que treina para ser invisível e sem pio.
10(Euros), é o número de euros na minha conta bancária, a escassos dias do 2ª salário. Uff

12, o número de cães que ficaria ao encargo da minha mãe se me fosse embora de férias.

52 (Quilos) o peso indicado na balança, provando que a temperatura ambiente ajuda a perder peso. Ora aí está a razão porque o anúncio do “SERVIU!” me soa tão bem.

65 (Euros), o valor da consulta no ortopedista que chega à conclusão que tenho uma deformação na coluna devido a más posições (tanta fama e nenhum proveito). E, pensava eu que as minhas famosas quedas eram falta de jeito.

É só copiar estes números para o Totoloto, Euromilhões, Lotaria etc e tal e deixar o cacau correr.

Bjo
Rute
 
You never thought a life as dull would be so entertaining... Believe me. It is! A minha vida dava um filme, daqueles trágico cómicos. A sério, uma vida tão desinteressante nunca foi tão divertida...

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