Na Sexta o caro amigo dário, não só visitou território portugês, como celebrou o seu trigésimo aniversário e trouxe amigos. É de conhecimento geral que quando o Dário vem "à cidade" o objecto do meu deleite visual, ternamente conhecido como "O gajo do 3" fica ao alcance do meu campo de visão. Tal facto deixa-me hormonalmentefeliz ainda que o dito me tenha chamado lésbica por pensar que a sua namorada me fazia lembrar o Tobey Maguire.
Tenho lá a culpa que a Cláudia que interpretava o papel de um miúdo mudo na série "Morangos com Açucar" me parecesse familiar?! Opá, isso só prova que é boa actriz, caneco! Até a mim me enganou...
No entanto, o episódio mais insólito aconteceu pela madrugada adentro quando saímos de um bar no Chiado. Eis o diálogo tal e qual como aconteceu ao ser abordada por uma brasileira.
Ela,apanhando-me de saída:Oi, olha você pode tirar foto?! Eu samaritana: Sim, eu tiro, mas eles já sairam... Ela, insistindo: Eu quero tirar foto com você! Eu, huh?!: Comigo?! Eu?! Não sou eu...são eles.Já sairam. Ela,duh!: Não, é com você mesmo! Eu: Eu?! Ela, a leste: Sim, você não aparece naquela novela...como é mesmo o nome?!... Eu, parva: Não sou eu, são eles. Ela, hello?!: Não faz mal. Pode ser com você mesmo.
(Música Twilight Zone) Ela deve ser fã daquele jogo dos 3 graus de separação..
Eu conheço alguém que conhece alguém que conhece actores que aparecem nas novelas da TVI..
O QUÊÊÊÊÊÊ?!?!?
Mas que raio.... Adepta convicta do Cinema ao Ar Livre, não perco uma edição da Festa do Cinema do Inatel e o ano passado fui com uma acreditação fotográfica sob a condição de ceder as fotos.
Eu (ingênua):Sim, não há problema. Só uma condição. Se publicarem alguma foto, coloquem o meu nome. Responsável:Claro.Nunca publicaríamos fotos sem as acreditar. Digam-me então, por ventura, onde está impresso: Foto por Rute Gonçalves,na publicidade impresa, brochura e material publicitário HEIN?!?!?!
Entre Lisboa e Viana do Castelo estão dezenas de cidades, uma delas o Porto. Foi esse o meu destino antes de visitar o João em Viana do Castelo, aproveitando o convite feito em 2003 quando, feitos malucos, fomos a Espanha para ver Placebo ao vivo. A viagem para o Porto foi calma, as horas que antecederam a viagem, nem por isso. Uma directa de caixão para a cova, com o cartaz para colocar online e o computador a funcionar a 1km por hora (literalmente).
Com apenas 10 horas para ver o melhor do Porto, não tendo ideia o que visitar ou como lá chegar, meti-me na primeira loja que encontrei e perguntei: “Como é que vou para a baixa?”
“Desce a Av. dos Aliados e vira à esquerda”, foi a resposta. Fiquei com o olhar suspenso na mulher para ver se percebia que eu não fazia ideia onde raio era a Av. dos Aliados. Se ela pensasse melhor chegaria à conclusão que... se soubesse não perguntava, certo?
Conselho sábio para quem viaja sem um itinerário. Metam-se no primeiro centro de turismo, arranjem um mapa e brochuras que para a frente é o caminho. Neste caso para baixo. Isto quando as folhas com sugestões de percursos que pedimos à Maggie para imprimir, estão um nadinha descoloradas e com páginas em falta...
A pousada da juventude onde passei a noite era um mimo, na Foz com vista para o rio, mas devia de rever a política de check in às 18h. Hello?! Nada que eu e a minha mala Sport Billy não resolvêssemos. Tal como Super Homem em busca de uma cabina telefónica para desvendar a sua entidade de super herói, a comum mortal Rute entra na casa de banho pública e num ápice desvenda o seu alter eu: Super Traveling Ruth. Soa bem.
A última vez que estive no Porto, a cidade era lúgubre, não havia metro, nem nada de interessante para a além da Ponte D. Luís. Quinze anos depois, o Porto é património mundial, o metro de superfície é uma realidade e percebo que tinha estado em Vila Nova de Gaia e não no centro da cidade invicta que é muito bonita. Usando a palavra descrita nas brochuras: “cidade romântica”. E é mesmo, pela contagem de casais no marmelanço que vi no mosteiro à entrada de Vila Nova de Gaia.
Andei, andei, andei...( da Foz até ao Cais da Ribeira) subi a Macieirinha (sítio muito manhoso) até ao Palácio de Cristal, ascendi até à Torre dos Clérigos e durante todo este tempo interrogava-me: “Onde raio está a ponte D. Luís?!!?” É que nem no topo da Torre dos Clérigos se via a ponte... A resposta surgiu depois de passar pela Sé e a Muralha Fernandina. Ali estava ela, a ponte construída por Gustave Eiffel, o mesmo da Torre com o mesmo sobrenome.
Do cimo da colina até cá abaixo, valeu-me o elevador modernaço que parecia despenhar-se a qualquer momento.Nem precisei comprar bilhete, uma simpática senhora espanhola deu-me o seu bilhete, e lá fui eu para o cais da Ribeira. Ainda estava com ganas de visitar o Palácio da Bolsa, mas assim que bateram as 7 h da tarde, a Super Travelling Ruth apanhou o autocarro para um merecido descanso.
Uff
Bem-Vindos a Viana do Castelo, a terra das mil cruzes e cruzetas
Às 8 da matina já estava no comboio para Viana do Castelo e às 10.30, subia os trezentos e muitos degraus até ao cimo de Santa Luzia. No início do “escadório” está a seguinte inscrição: “Meu Deus, ajudai-me a subir”...Com aqueles degraus todos, a ajuda divina vem a propósito...
Felizmente a Super Travelling Ruth é tal e qual os escuteiros ao seguir o lema “Estar sempre preparado”. Se dependesse do jovem cicerone João, ficaria na estação de comboio até às 9 da noite, uma vez que o nosso jovem amigo percebeu que chegaria às 9 da noite e não da manhã!
Esta juventude...
Quando me vieram buscar já tinha corrido metade das igrejas, fortalezas, baixa, jardins e até centro comercial. E ainda saí à noite com os amigos do João, a sítio porreiro chamado Cruzinha.
Porquê esse nome?...
Viana do Castelo tem, com excepção do Vaticano, a maior concentração de igrejas e cruzes, espalhadas por todo o lado. Fui informada que tal facto se deve à proximidade com Santiago de Compustela e as cruzes representam calcários.
No Sábado enquanto o jovem João dormia, a Super Travelling Ruth, divertia-se na praia, fotografando ou comendo cerejas do tamanho de ameixas. Depois... bem, depois veio a ideia da fogueira na praia, à noite. Aqui estão duas palavras que não ligam comigo: praia e noite, mas no espirito da aventura lá fui com a promessa que no Domingo, de dia, voltaríamos à Cruzinha onde se podia vislumbrar Espanha.
Infelizmente, a juventude preferiu dormir em vez de laurear a pevide. Mas, nem tudo estava perdido...ou melhor Perdidos, a série estava quase a começar. Foi então que aconteceu o impensável. Da boca do João que acordou (leia-se foi acordado) à hora do almoço, saiu a frase: “É só uma série de televisão! Não vamos ficar a ver.”
COMO ASSIM?!!? NÃO VAMOS FICAR A VER. ESTÁS PARVO OU QUÊ?! EU ESGANO-TE AQUI MESMO!
Apesar das letras garrafais, isto foi o que pensei e não o que disse. Porque:
a)estava combinado ir à Cruzinha e, em tempo de férias, a tv não está acima itinerários turísticos (mesmo que seja a série “Perdidos”!)
b)A mãe do João era a minha boleia e não seria de bom tom, esganar o seu filho.
c)O episódio repetia da terça.
Moral da história: Nunca confiar na juventude e sempre – SEMPRE– verificar alternativas de transporte para fugir ao terrível síndroma de domingo:(not) dolce faire niente que se abateu na cidade de Moledo do Minho.
A caminho de Lisboa, a Super Travelling Ruth pensava: “We will always have friday!”
You never thought a life as dull would be so entertaining...
Believe me. It is!
A minha vida dava um filme, daqueles trágico cómicos. A sério, uma vida tão desinteressante nunca foi tão divertida...