Porque é Primavera e os passarinhos e as borboletas andam por aí a acasalar e, também, porque a estação procede inúmeras e muito satisfatórias idas ao Cinema (algo raro nos últimos tempos), avanço duas escolhas para crush do mês. Ambos os senhores talentosos, simpáticos, muito divertidos e escoceses. Ah, e um regalo para os olhos e outras partes recôndidas que o decoro não me permite divulgar.
JAMES MCAVOY
Afirmar que este rapazinho despertou o meu interesse quando o vi no papel de um fauno de nome Mr Tumnus no filme "As Crónicas de Nárnia" é um pouco embaraçoso, mas o charme do glaswegian dialect e o sorriso que o acompanha é-me irresistível. O interesse continuou com o drama "O Último Rei da Escócia", aqui, pelo menos, não tinha a barbicha de fauno e até surgia no ecrã em todo o seu alvo esplendor (leia-se nu frontal), mas foi o drama romântico "Expiação" que agitou o meu sistema hormonal. Bastou uma frase languidamente escrita na máquina de escrever para ver o inocente fauno Mr Tumnus de um ângulo mais lascivo:
De novo, o decoro não me permite traduzir, mas sugiro uma espreitadela naqueles dicionários inglês-português modernos (que tem palavras em calão, nomeadamente denominações para o orgão reprodutor feminino).
Do sotaque inglês de "Expiação", para o americano no quase a estrear "Wanted", este escocês começa a dar nas vistas no meio cinematográfico e depois de ver o trailer deste último filme, cabe a mim afirmar: "Que bela vista!"
GERARD BUTLER
O escocês que segue na lista é a personificação do homem de barba rija de Glasgow que não desperta particularmente a minha atenção. O facto de o ter visto pela primeira vez no muito mau "Drácula 2000" não ajudou em nada (depois da interpretação de Gary Oldman, nenhum outro pode ocupar o seu lugar). A lista de filmes maus continuou com o "O Fantasma da Ópera", onde o pobre Gerard, embora revelando uma excelente voz, é completamente despojado de sex appeal. Ainda hoje me questiono o que raio Joel Schumacher fez ao homem para o tornar tão desinteressante.
Eis que surge o belíssimo filme independente "Querido Frankie", revelando a verdadeira essência enigmática deste homem do norte. Nada de peitorais peludos desnudados, trajes justos e menores em épicos de categoria z, Gerry é, na realidade, um querido, mais... um querido damn sexy. É claro que a imagem que fica na nossa memória depois de o ver como o Rei Leonidas no artisticamente brutal "300" ajuda a alimentar o estatuto de "hot stuff" porém, em toda a honestidade, é o genuíno sentido de humor e sorriso deste escocês que me deixa derretida.
O glaswegian dialect nunca foi tão sexy!"P.S -I love you" é uma boa oportunidade para captar Butler num registo romântico, embora o tempo de ecrã seja escasso uma vez que interpreta o falecido marido de Hilary Swank em flashbacks. Quality time não se mede pelos minutos...
¶ 3/27/2008
Tuesday, March 11, 2008
3 DAYS TO 30 SECONDS
IT'S ALL HAPPENING!!!!
Correndo o risco de estabelecer o recorde pelo maior uso do número 3, num curto espaço de tempo,deixem-me só contar-vos uma pequena história.
Dentro do supermercado do Continente, a ler o Guia de "10 best guide of things to do in Edinburgh", recebo um telefonema da Patrícia (também muito chegada ao número 3) com a seguinte questão:
Adivinha quem vem ao Pavilhão Atlântico?
O neurónio demorou a chegar, (ultimamente não tenho dormido e, parecendo que não, a falta de sono, deixa-nos lerdos. Há cautela certifiquei-me
Pessoa ou Banda?!
Eles vêm cá, eu disse-te que eles vinham cá!! Do outro lado da linha, a Patrícia possivelmente não percebeu, mas pousei o tal guia e esboçei o maior sorriso imaginável, mesmo no meio do corredor das frutas e legumes.
Onde é que estás dia 3 de Maio?, continuou ela, na volta intrigada pelo curto silêncio.
Eu estou cá. Vou ver, claro! Parto dia 7 de Maio. Vou praticamente segui-los.
Seguir quem, ir onde, fazer o quê?!
Seguir o estado de espírito desta rapariga no clip de "Quase Famosos", aquela sensação de êxtase emocional após um concerto. Quem diz um, diz 2 ou 3, na minha adorada Escócia, na cosmopolita Londres ou no belo do Portugal.
Porque os Placebo estão em hiatus, os Muse estão em pausa, o Damien Rice anda a vaguear pelo mundo,Pearl Jam e Soul Asylum estão demasiado longe e os 30 Seconds to Mars têm extraordinário potencial ao vivo, resta-me estes últimos.
Eu, que há anos planeava mais um regresso à Escócia, ao receber a confirmação que a banda tocava lá, e sabendo da promoção da Easy jet, fui logo para as reservas. Voilá! Cinco dias de errante loucura, com destino a Edinburgh (AYE!), Londres e (quiça) Dublin (voar para lá é mais barato.) Operation: 3 days to 30 seconds está em curso. Horas e horas e seca em aeroportos e filas de espera, refeições em movimento, muitos quilómetros percorridos, pés de chinelo na pendura, momentos bizarros em hostels com demasiadas camaratas.
DON'T YOU JUST LOVE ROCK N' ROLL?!
Que pena o Damien Rice não estar na terra natal, seria perseguido até o obrigar a tocar num pub. Não se pode ter tudo! Porém, depois de saber que haverá uma nova data para o concerto de 30 Seconds 3 meses depois e no dia 3, começo a pensar que forças divinas querem impingir o lema: Não se pode ter tudo, mas se vibrares á séria e mostrar um carinho excepcional por uma banda, esta regressa!
Sendo uma convicta amante do cinema, é, no mínimo, estranho não ter visto alguns clássicos, obrigatórios na lista do mais mediano cinéfilo. Na minha infância e adolescência, a palavra "clássico" estava ligada a musicais e comédias românticas, também os melodramas. Como a moçoila das matinés e cineclubes, Billy Wilder, Frank Capra, Jerry Lewis, Gene Kelly, Marilyn Monroe, Rock Hudson, faziam parte da lista dos favoritos. Porém há sempre filmes que nos escapam, por uma razão ou outra. Acreditam que só há dois anos atrás vi "O Exorcista"?
Um clássico nunca passa de moda e, felizmente, há sempre uma amigo cinéfilo com maior poder compra e estantes cheias de clássicos prontos para deslumbrar o mais cansado e, são um mimo. Bendita Marcoteca!
Finalmente vi "Há Lodo no Cais" de Elia Kazan. Lembro-me de não ficar muito impressionada com "Um Eléctrico chamado Desejo" e deveras fascinada com o esbelto corpinho do Brando. É impresssão minha, ou a figura física de Brando lembra bastante o Brad Pitt?...(ou vice versa!)
"Há Lodo no Cais", o vencedor do Óscar de Melhor Filme em 55 é uma pérola rara. A química entre Brando e Eva Marie Saint é simplesmente avassaladora e tocante, mas curvo-me perante Brando nesta cena. Concordo com o biógrafo do actor que faz parte do comentário aúdio do Dvd: " Mesmo que Brando não interpretasse mais nada no cinema, esta cena para sempre reflectiria a sua notável representação."
Há Lodo no Cais (On The Water Front)
Também em preto e branco,escolha consciente,com a deslumbrante cidade de Paris como pano de fundo, "Angel-A" foi o acordar do marasmo de Luc Besson (Nos últimos tempos mais concentrado nas lides da produção). Estranha fábula de amor e redenção, sublime banda sonora e fotografia, humor impecável de Jamel Debbouze. A cena do espelho é tão fora de série que nem um dicionário de sinónimos seria suficiente para descrever a catadupa de emoções que despolota.
Epá...esta foi forte...
Angel-A
Dois extraordinários filmes de seguida são suficiente para renovar a minha fé no cinema.
You never thought a life as dull would be so entertaining...
Believe me. It is!
A minha vida dava um filme, daqueles trágico cómicos. A sério, uma vida tão desinteressante nunca foi tão divertida...