Tecnicamente, devo este crush à Maggie que me apresentou "cinematograficamente" este actor em 1992 no filme "California Man", uma daquelas comédias parvas featuring Pauly Shore. O filme tinha o seu quê de piada, mas o Brendan Fraser destacava-se pois reune três características que adoro num homem: Alto, olhos verdes, voz grave. Nem sempre estes aspectos conjugam numa perfeita moldura, no caso de Brendan Frasier conjugam perfeitamente.
Há um pormenor que não conjuga e levanta questões existênciais. Este actor nascido em Indianapolis que vagueou por toda o continente norte americano e europeu devido ao emprego do pai, artisticamente dotado e inteligente, escolhe demasiadas vezes comédias parvas, interpretando personagens com o quoeficiente de uma ervilha. Uns filmes com mais piada, que outros...
Quando o filme é mesmo muito parvo, mas o actor apresenta-se da maneira que se vê na foto ao lado, as questões existenciais vão para o brejo! A Maggie e eu nunca concentrámos tanta atenção num só homem como no ano em que estreou "George of the Jungle". Felizmente, este rapaz multifacetado, fez opções mais felizes e louvadas pela critica: "School Ties", "Deuses e Monstros", "Um Americano Tranquilo", mas a melhor opção foi escolher o papel do aventureiro destemido Rick O'Connell em "A Múmia" onde surge muito arrebatador (e alto)e até lhe desculpo o decalque Indiana Jonesco.
Com três filmes de Brendan Fraser em estreia este Verão: "A Múmia 3", "Viagem ao Centro da Terra" e "O Ar que Respiro" (pelos vistos, o recente divórcio proporcionou-lhe uma agenda cheia) e a descoberta que este senhor é um fotógrafo aficionado, tenho uma incontrolável vontade de ligar à Maggie a combinar uma mega maratona Brendan Fraser.
Num Mundo Perfeito, se o Brendan Fraser se materializasse à nossa frente, a Maggie em justiça teria o direito de ser a primeira a usufruir, porém a gaja está praticamente casada e tem um filho para criar e eu estou solteira da silva portanto este monumento carnal seria TODO MEU!
¶ 8/29/2008
Saturday, August 09, 2008
JECCA LECCA
Jessica foi o nome escolhido para a minha gata no Verão de 1992, tinha 15 anos. O meu avô não conseguia dizer a sílaba “SSI” e por mais que se esforçasse, da sua boca apenas saía: “Jecca”. Achámos piada e assim ficou. A gatinha de 3 meses entrou na loja da minha mãe, muito magra, miando para chamar a atenção. Ela trouxe-a para casa para me fazer companhia, no mesmo ano do divórcio dos meus pais. No início fiquei renitente, tive outros animais de estimação, mas nunca correu bem. A paciência da minha mãe não dava para lidar com duas criaturas desenfreadas e o pobre animal ia recambiado para o local de origem, para meu desgosto. Aquele ano foi diferente, nas palavras da minha mãe, aquela gata entrou na loja destinada a ser um presente para mim. O melhor presente que já recebi.
A Jessica sempre foi sempre altiva e com ideias próprias. Era uma rainha tigre, e se queria deitar-se na mesa da cozinha, ir para cima da marquesa e roubar o pedaço de bacalhau que estava a descongelar ou sentar-se ao nosso lado e retirar o pedaço de comida da nossa boca, ela fazia exactamente isso. O que são reprimendas para uma Rainha! A graçola de tirar comida da nossa boca, é na verdade, minha culpa pois ensinei-lhe o truque de tirar um pedaço de bolacha da boca sem me magoar. É o truque da confiança. Vi isso num filme e espelha bem o elevado grau de confiança que tenho num animal, quando pouco ou nada confio nos humanos.
É claro que o “truque” saíu pela culatra e das vezes que estava sossegada a comer a minha refeição, a Jessica saltava para a mesa e avançava directamente para o pedaço de comida no garfo. Enquanto dizia impropérios em voz alta, a Jessica olhava para mim como se eu fosse plebeia e calmamente descia da mesa para calcorrear outros terrenos do seu reino.
Nos primeiros anos metia-se nos sítios mais recambolescos, como a gaveta da mesa de cabeceira, dentro do bidé, no fundo do armários dos cobertores, dentro do cesto da roupa suja ou em cima dos ombros da pessoas.
A Jessica era como uma irmã. Estava sempre ao pé de mim, ao meu colo, encostada no meu ombro quando eu dormia, mas detestava quando lhe pegava ao colo. Barafustava que nem uma perdida quando lhe lançava o “olhar de Elmyra”. Para quem não sabe, Elmyra era um dos Tiny Toons, uma criança que estrangulava de mimos o pobre gato Sylvester ou qualquer outro que lhe aparecia á frente com a frase mais temida pelos bichinhos da Warner Bros: “I wanna hug him, and kiss him. I love him so much!” Bastava lançar-lhe o olhar e a gata escapulia-se como podia, miando de protesto, mas eu pegava-lhe ao colo e disparava beijos e mimos até a Jecca se resignar ou arranhar de protesto.
Quando viajei para a Escócia para lá viver quatro meses e meio, foi complicado adormecer sem ter a Jessica a dormir ao meu lado. Para compensar a ausência, dormia com um peluche do mesmo tamanho e forma. É uma infantilidade, bem sei, mas nunca tive problemas em adormecer com a Jessica por perto. Ela era como aqueles gatos egípcios que vemos na entrada das pirâmides para proteger o descanso dos faraós.
A Jessica nunca aceitou outros gatos. Não os atacava, mas soprava-lhes com desdém. Lá os tolerava mas não permitia transgressões no seu espaço. Em 1993, a família recebeu o meu cão Billy e ambos socializavam às mil maravilhas. Em 2002 quando adoptei o Timon, o caso foi diferente. O pobre gatinho olhava para ela como a mãe que nunca teve e a Jessica atirava-lhe um esgar snob e seguia caminho contrário. Pobre Timon se a olhasse de frente ou transgredisse o seu “espaço” – levava uma bofetada. Fui obrigada a colocar o seu prato de comida em cima do frigorífico, o seu trono, longe dos subditos.
A Jessica sempre gostou de se aventurar nas alturas. Ia para cima do armário da cozinha, do guarda vestidos, do computador, frigorífico e até televisão. Quando começou a engordar foi engraçado vê-la arranjar alternativas para chegar ao topo do frigorífico. Do chão ia para o caixote, do caixote para o fogão, do fogão atravessava a marquesa para saltar para a mesa e da mesa para o frigorífico. Voilá.
Volta e meia aventurava-se para fora do prédio, bastava o abanar da caixa da comida para a trazer de volta a casa, mas um dia a Jessica esgueirou-se para o exterior, para dentro de um carro que abalou para longe. Horas de buscas depois, ouvi um miar muito sofrido lá fora e entrei em pânico pensado que a gata estava triturada dentro do motor do carro do meu vizinho. Aterrorizada, nem consegui abrir o capot do carro, foi a minha mãe que a tirou de lá, quente que nem bico de fogão, muito assustada, mas viva! Nunca mais se aventurou lá fora e, se fugia para as escadas, bastava accionar o trinco da porta da rua e ela entrava de rompante para dentro.
Todos sabem o ditado popular: um gato tem 9 vidas, uma delas ficou no capot do carro do meu vizinho, outras duas quando era mais nova. Uma vez caiu da varanda de um 1º andar , outra na janela do quarto da minha mãe que dava para o terraço que ficava 5 andares acima do chão. Felizmente ela aterrou firme no terraço e não se esborrachou lá embaixo. A primeira vez que viajamos com a gata, fizêmo-lo sem a transportadora. ERRO CRASSO. Assim que parámos para esticar as pernas, a Jessica escapou-se, atravessou a via rápida e subiu o monte em direcção da mata. Berrei o nome dela continuamente, enquanto ela subia cada vez mais para longe do meu alcance. Estava em pânico por causa dos carros que passassam a alta velocidade e já estava à beira da baba e ranho quando a minha mãe chamou-a pela última vez num murmúrio muito infeliz: “Jessica...”. Ela parou de fugir e desceu calmamente monte abaixo na direcção dos meus braços.
A Jessica era assim, gostava de entradas e saídas dramáticas. Certo dia, eu e a Guida viámos em casa “O Silêncio dos Inocentes”, na cena de suspense em que o guarda descobre que o Hannibal escapou-se da cela. Vinda sabe-se lá de onde, a Jessica aterra abruptamente em cima do colo da Guida e juntas berrámos de susto como se a bicha fosse possuída pelo próprio Hannibal!
Quando mudei de casa, a Jessica, balofa como o boneco da Michelin, começou a perder peso e ficar mais esbelta, mais acrobática, de volta ás brincadeiras de quando era nova e até saltava para cima do frigorífico sozinha. Olhava para ela lá nas altura a fazer contas à idade dela e pensava até quando ela estaria ao meu lado. A Jessica sempre foi saudável, apenas foi ao veterinário para vacinas e esterilização. Eu dizia-lhe muito a sério:
“Tens de viver até aos 20, ouviste?!Vais quebrar recordes de longevidade !”
Ela rebolava-se de barriga para cima como sempre fazia e olhava para mim como se mostrasse um polegar levantado em sinal de concordância.
A poucos meses do 16º aniversário a Jessica perdeu o apetite e comia menos, passava os dias a dormir na varanda. De início pensei que fosse do calor infernal que se sentia em casa, mas quando regressei de férias levei –a ao veterinário, julgando ser uma infecção na boca. Infelizmente era algo muito mais grave. A análise de sangue mostrou um líquido descolorado, evidenciado uma anemia em último grau que escondia algo mais grave, possivelmente infecção renal. A Jecca ficou internada, a soro para ganhar força e decidir o que fazer depois do resultado das análises.
Mentalizei-me para o pior que viria, sem imaginar que a minha irmã de olhos verdes morreria dois dias depois, na box de um veterinário, longe de mim. Penso que a Jessica sabia. Ela estava muito agitada com a comoção das análises e injecções, medições de temperatura, mas quando todos se retiram para tratar da acomodação e fiquei a sós com ela, a Jessica deitou-se de lado, barriga para cima, com os olhos calmos fixos em mim. Eu sabia que iria vê-la em breve quando a fosse buscar, mas quando a vi assim tão apreensiva, lembrei-me do Billy e da maneira como ele me olhou pela última vez. Tomei-a nos meu braços e sussurei-lhe ao ouvido para não se preocupar pois nunca a iria deixar. Prometi buscá-la para ficarmos juntas até ao fim. Tal não aconteceu. Quando recebi o telefonema fiquei devastada por estar longe dela, ainda que aliviada por ter a oportunidade de me despedir quando ainda estava viva.
Ainda olho para cima do frigorífico onde está a taça da comida dela (ainda não a retirei), deito a cabeça no travesseiro e sinto falta no meu peludo aquecedor de mãos. Vou sentir falta das suas singularidades: a forma como gostava de lamber espuma da pasta de dentes e gostava de ser aspirada, como enfrentava os sobressaltos ao estilo do tenente Kilgore no Apocalipse Now ou sentava-se ao colo de todos os visitantes que iam lá a casa e, em especial a forma como lutava estoicamente contra os meus safanões a meio da noite, aprendendo a deslizar para o lado onde me voltava, com uma subtileza que não vi em mais nenhum gato. São estas particularidades que ficarão na memória, que faziam a Jecca Lecca a minha irmã de olhos verdes.
¶ 8/09/2008
Friday, August 08, 2008
QUANDO O TELEFONE TOCA...
...ás 3 da manhã, obviamente acordo sobressaltada a pensar que algo de mal aconteceu ou o stalker telefónico de uns anos atrás ressuscitou das profundezas da linha telefónica fixa para me atormentar no telemóvel.
O número dizia "Chamada 11" que está normalmente aliado à linha de telemarketing do "raio que os partam".Atendi.
Eu, estremunhada: Sim? Filho da Mãe: Quais são os preços?! Eu, perplexa: Preço do quê? Filho da Mãe: Quais são os preços? Eu: Quer falar com quem? Filho da Mãe: Não é da Póvoa? Eu calma: Não. Não é da Póvoa. Casa particular. Filho da Mãe: Ah, desculpe. Eu tenho aqui este número que sempre ligo... Eu (ainda) calma:Pois, mas deve ser engano. Filho da Mãe: Desculpe. Eu: (grrrrrr)
Deito-me na cama, a pensar porque raio recebo estes telefonemas estrambólicos a horas impróprias. Já estou aconchegadinha na cama, com os olhos a fechar. Toca de novo o telemóvel e saio tempestuosamente da cama, pois o maldito telemóvel estava na cozinha.
Eu(extraordinariamente) calma: Sim? Filho da Mãe: Fala de onde? Eu impaciente: Sou eu, outra vez. Não é este o número! Filho da Mãe: Peço desculpa, não sei o que se passa. Eu tenho aqui este número e sempre o liguei. Eu menos calma: Tem ideia que horas são? Filho da Mãe: Peço desculpa é que sempre liguei este número e se fosse a pessoa com quem quero falar não teria problema se lhe ligasse a esta hora. Eu, sarcástica: Pois, mas não sou!... Filho da Mãe: Pois, não percebo. Sempre liguei este número...(blá blá blá) Eu,furibunda: PERCEBA QUE ME LIGOU ÀS 3 DA MANHÃ, ACORDANDO-ME DA CAMA E QUE ESTE NÃO É O NÚMERO QUE QUER POR ISSO NÃO LIGUE!!!!
IRRA! Já não basta as lapas da publicidade que tocam á porta das 9 ás 21h, as sanguessugas do telemarketing a buzinar ao telefone fixo, mais a TMN a ligar de dois em dois dias para saber que quero mudar de tarifário e agora esta AVENTESMA ás 3 da manhã. NÃO HÁ PACHORRA!
¶ 8/08/2008
Saturday, August 02, 2008
TRÁS-OS MONTES X3
Mais parece o título de um vídeojogo pacóvio, mas foi o meu singelo e bem á letra período de férias. Passear, banhar-me no rio, balançar na rede, ver a casa nova pronta a habitar com janela para uma vista magnífica.
You never thought a life as dull would be so entertaining...
Believe me. It is!
A minha vida dava um filme, daqueles trágico cómicos. A sério, uma vida tão desinteressante nunca foi tão divertida...