<$BlogRSDURL$>
Ruth's Newsletter
Wednesday, November 19, 2008
  SOUL COVER
Há um par de décadas atrás, recordo-me de uma cerimónia dos prémios Grammy, em que a apresentadora, introduziu o tema da actuação de Sinéad O'Connor com frase: "Prince, escreveu a canção, Sinéad deu-lhe alma..." A canção em questão, "Nothing Compares to you, foi o single de catapultou Sinéad para a fama. Todos conhecem a canção na voz da cantora irlandesa, mas poucos sabem que a canção foi escrita e cantada por Prince.

A frase serve de mote para uma compilação que reúne versões de temas que ganham alma na voz de outros intérpretes, os versos que ganham destaque com arranjos musicais ou vozes alternativas e guardam um lugar cativo no nosso coração. Eis algumas das minhas favoritas. Aproveitem, pois algumas faixas que aqui estão são raras e não estão disponíveis em single.

"Nothing Compares to You", Sinead O'Connor
(original: Price)



Sinéad canta o tema como se vivesse dentro de si durante anos, a sua cândida voz expressa um sofrimento muito seu, apesar do tema não ser da sua autoria. A maioria assume que ela canta a saudade de um amor que acabou, mas segundo a própria, ela canta pensando na mãe que durante anos lhe infligiu sofrimento e só após a sua morte conseguiu sentir compaixão por ela. A lágrima solitária que cai sobre o seu rosto no vídeo, não é algo encenado e o sofrimento que destila da sua voz, também não...

"Halleluiah", Jeff Buckley
(original: Leonard Cohen)

Para mim, a voz é muito importante e é, muitas vezes, o factor decisivo para gostar ou não de uma canção. Leonard Cohen é um compositor prendado, não o posso negar, mas a sua voz é como o som de unhas deslizando em quadro negro - insuportável. As suas canções na voz de outros intérpretes ganham uma nova dimensão e colocam o foco de atenção nas palavras que compôs. Halleluiah, na voz de Jeff Buckley ganha uma dimensão etérea. Um sigelo som de guitarra eléctrica complementa os versos suspirados em voz angelical. Buckley faz deste tema uma quase experiência religiosa que deixa qualquer ateu rendido.O meu adorado Damien Rice também canta este tema, mas,nem ele, nem nenhum outro chega aos pés de Jeff Buckley.



"Dance me til the End of Love", Kate Gibson
(original: Leonard Cohen)

E para não me baterem, quando digo que a voz de Leonard Cohen é-me insuportável, reforço a minha convicção que as palavras de Cohen, na voz de outros cantores ganham uma nova vida, com outro exemplo. Este tema insere-se na banda sonora do filme "Estranhos Prazeres" e não se afasta muito do registo musical do original, porém na voz de Kate Gibson revela-se uma experiência muito diferente.



"Help", Silence 4
(original:Beatles)

Os Silence4 chamaram a atenção até si com uma versão muito bem conseguida de um tema dos Erasure: "A Little Respect". Esta não foi a única versão que fizeram ao longo da curta carreira, sendo a mais controversa uma versão de um tema dos imortais Beatles. A razão da controvérsia foi a distância abismal da música original, mas é precisamente isso que me faz amar o tema. Enquanto, os Beatles e outros intérpretes mantiveram a sonoridade jovial e alegre (como descrevendo um adolescente ás aranhas com a puberdade), os acordes de Rui Costa e a voz de David Fonseca em sintonia com a de Sofia Lisboa, deram ao tema o tom angustiante que merecia.



"Just Don't Know What to do With Myself", White Stripes
(original Dionne Warwick)

Outro exemplo de diferença abismal entre o original e a versão. Os Whites Stripes não só adoptam um som lânguido e sensual ao tema R&B de Dione Warwick, como proporcionam um videoclip espectacular realizado pela Sofia Copolla (sim, ela mesma!)que incute em mim uma irresistível vontade de me matricular num curso de pole dancing (a sério...).



"Hurt", Johnny Cash
(original: Nine Inch Nails)



Este tema teve a sua quota parte de versões, confesso que todas elas me passaram ao lado, até ouvir a versão tocada e interpretada por Johnny Cash. A pouco tempo de morrer, gravou o vídeo mostrando um muito envelhecido Cash. Carrega nos ombros o peso desta canção como se saísse do seu interior, uma reminiscência dos anos de dor emocional causada pela perda do seu irmão e os muito excessos a que sacumbiu. Esta é a sua canção de redempção e é impossível não se deixar levar pela emoção ao vê-lo cantar:"If I could start again, A million miles away, I would keep myself, I would find a way"

"Lhorando", Rebeka Del Rio
(original: Roy Orbison)



Tanto o original de Roy Orbison, como a versão em companhia de KD Lang são boas, mas esta, cantada em espanhol na portentosa e triste voz de Rebeka corta-me a respiração,(ainda mais fazendo parte de uma cena chave do filme de Lynch "Mulholand Drive").
Em capella, a voz da mexicana Del Rio é forte o suficiente para sentirmos a dor da uma separação retratada na canção.

"Stronger", 30 Seconds to Mars
(original: Kayne West)



Confesso que demorei um pouco a perceber o vestígio do original de Kayne West. A letra ganha maior relevância com este sedutor arranjo musical. A voz doce sussurrante de Jared Leto imprime uma dimensão emocional mais forte que o dançante original. A batida da bateria no refrão lembra um bater de coração desasossegado. Brilhante!

"Conta-me Histórias", Clã
(original: Xutos e Pontapés)

Eis um arranjo que não se afasta muito do original dos Xutos e Pontapés, mas é tocado em ritmo mais lento, lânguido, sensual e abençoado com a belíssima voz de Manela Azevedo. Uma bonita história de amor que brilha mais em voz feminina.



"Girl, You'll Be a Woman Soon", Urge Overkill
(original: Neil Diamond)

Em comum, o original e a versão apenas têm a letra. O arranjo musical dos Urge Overkill faz de uma canção pimba made in USA, um deleite para os ouvidos. Som voluptuoso das guitarras e voz rouca e sensual do vocalista relegam o original de Neil Diamond para o total esquecimento. A imagem de Uma Thurman a dançar os som deste tema, imortalizaram a canção no consciente colectivo.



"Last Kiss", Pearl Jam
(original: J. Frank Wilson and the Cavaliers



Das muitas versões que os Pearl Jam fizeram ao longo de duas décadas, esta é a minha favorita e relançou a banda de Seattle para os tops, embora nunca tívessem saído da lista de preferência da extensa comunidade de fãs. Este tema, ao vivo, é grandioso, sentido no meio de uma multidão que canta em uníssono estes versos. No concerto do Restelo em 2000, um problema com a bateria deu origem a uma inesquecível introdução acapella protagonizada por Eddie Vedder e o público.

"Running up that Hill", Placebo
(Original: Kate Bush)

A extensa lista de covers feitas pelos Placebo já proporciou um cd compilando as melhores. É difícil escolher uma favorita, mas tendo em conta o tema, escolho esta. O arranjo musical do original de Kate Bush imprime uma paixão em intensidade orgásmica que é ampliada quando tocada ao vivo. A voz de Brian Molko é particular e fora do comum, mas para mim extasiante.



I don't Like Mondays: Tori Amos
(original The Boomtown Rats)

Na voz e mãos de Tori Amos, esta canção transfigura-se completamente e ganha uma nova vida como uma canção de embalar. Um cunho muito pessoal que só a doçura da voz de Tori e o sibilar do seu piano consegue fazer.



Mad World: Gary Jules
(original: Tears for Fears)

A versão de Gary Jules, imprime uma melancolia e tristeza que nos transmite a verdadeira dimensão dos versos originais da banda dos anos 80 Tears for Fears. A maneira como canta: "I find it kind of funny, find it kind of sad. The dreams in which I'm dying are the best I ever had" encaixa-se na perfeição no ambiente do filme surpresa "Donnie Darko", do qual faz parte. Aqui, um video feito com imagens do filme.

 
Tuesday, November 18, 2008
  "PRESENT TENSE"
Perdoem-me este pensamento abstrato que vou partilhar, mas talvez expressando o pensamento ao Mundo, este possa deixar de me assombrar o espírito.

Já alguma vez sentiram tanta saudade de um tempo passado? Tanta, mas tanta saudade que acabam por chorar compulsivamente por não puder viver de novo esse tempo e desejar com todas as forças a existência de uma máquina do tempo que nos fizesse regressar a esse tempo, nem que fosse por um dia.

Alguma vez se sentiram assim?

Este meu pensamento vai mais além que o sentimento de nostalgia, ou o virtual regresso ao passado que se reflecte na lapidar frase: "Ah, esses belos tempos...", é a angústia de sentir que esse tempo do qual sinto tanta saudade, mas tanta saudade, dificilmente se repetirá.

Depois, respiro fundo e relembro uma canção dos Pearl Jam, onde as palavras de Eddie Vedder fazem muito mais sentido que a obsessiva lembrança de um tempo passado.

 
Friday, November 14, 2008
  FOTOGRAFAR AQUI e ALI, ACOLÁ e MAIS ALÉM
A Rentrée sempre foi prolífica em acontecimentos culturais e eis que da inércia veraneia se eleva um sem número de ocasiões muito interesantes para dar uso á máquina fotográfica. Até depois do vazio da minha agenda no que diz respeito a cobrir casamentos, recebi a chamada para uns quantos Aleluia! Todos os "trocos" são bem-vindos para me afastar da bancarrota.

Desde Outubro que ando numa lufa lufa fotografando aqui e ali, ora ante estreias vip, ora concertos e até inusitadas sessões fotográficas em pleno Chiado. Ah pois, e ainda perguntam como é possível adorar tal alaranjada estação do ano.

Dia 21 de Outubro recebo o press release da Castello Lopes anunciando a presença de Fernando Meirelles na ante estreia do seu último filme "Blindness", baseado na livro do nobel da Literatura José Saramago. Mais ainda, também presentes, para além do próprio autor, argumentista e produtor, o actor Gael Bernal Garcia(!), em pleno Alcochete , Montijo (margem sul do Tejo). Que raio de ideia fazerem estas coisas Vip no cu de judas não contemplado pela rede de transportes públicos. Imediatamente mando um email á "desaparecida em combate" Joana com as seguintes linhas:

GAEL EM PORTUGAL, PELO AMOR DE DEUS DIZ-ME QUE PODES IR!!(assim mesmo com letras garrafais...)Não só podia, como foi, como igualmente foi a autora do dito press release.

Com a ante estreia vip em cascos de rolha, vinha a garantia de uma conferência de imprensa que como grande pesar não pude comparecer, mas lá fomos a Alcochete City e divertimo-nos como nunca.

O Gael não pôs os pés no evento (a sua namorada grávida foi impedida de viajar - desculpas desculpas!...)mas foi um delírio poder assistir a eventos do género com a Joana e, surpresa das surpresas - tão boa quanto a promessa da presença de tamanha atracção mexicana - o querido Filipe Pedro juntou-se á aventura.Invadimos o cocktail, experimentando cada delícia culinária e embora a Joana e sr Filipe digam o contrário, eu não estava a flirtar com o rapaz dos croquetes...Eu sempre sorrio e agradeço ao quem me dá comida quando tenho fome!

O evento em si correu um pouco aos tropeções, estava um frio glaciar, colocaram os convidados de honra a quilómetros de distância, que resultaram em fotos muito pobres, mas eis que Fernando Meirelles se aproxima dos jornalistas que reclamam a sua presença junto a eles e consegui uma foto linda. Adoraria ter a oportunidade de apertar-lhe a mão e dizer que amei o filme "Fiel Jardineiro" e a forma como mostrou um homem a apaixonar-se pela sua mulher depois da morte desta. Mas, enfim...não se pode ter tudo. Também queria apanhar o Gael num elevador fechado durante meia hora, mas...

Dia 3 de Novembro, mais uma ante estreia vip do filme "A Arte de Roubar" no meu amado São Jorge. Desse evento não há fotos pois vim directa do local de trabalho em sítio duvidoso e não estava disposta em arriscar a minha rica câmara. Porém, fiquem com a ideia que o título adequa-se ao filme, já que o dito é um descarado copianço disfarçado em inspired by Quentin/Rodriguez/Cohen e se fosse em português até podia ser uma engraçada versão tuga, mas sendo falado em inglês (embora títulos, locais, grande percentagem dos actores serem portugueses), ficamos pelo definição descrita acima. Mesmo assim, achei uma certa piada aos gags bem apanhados de João Quadros.



Quinta feira, 6 de Novembro, recebo chamada aflitiva do João, necessitado de uma fotógrafa para fazer promo de um passatempo maluco que iria coincidir com o lançamento da nova imagem do Hardsoundtv. Nunca fiz nada do género mas diverti-me á brava a fotografar o "Joe Jagger" aos pulos em pleno Chiado.




10 de Novembro, mais um concerto David Fonseca no cheio que nem ovo Casino de Lisboa.Não me senti tão apertada desde o dia de encerramento da Expo 98 em que tive de me agarrar á estátua de ferro para não me perder dos companheiros de visita. O Arena Stage estava como podem ver na foto, abarrotado e embora as fotos tinham sido bem sucedidas, até ao encore, encontrar um bom ponto de vista, livre de gente foi tão difícil quanto entrar para o piso de cima do casino. Acreditem que até havia fila de 100 metros para o elevador e não havia escadas rolantes no sentido ascendente junto à porta principal. Encontrar uma entrada alternativa foi quase uma missão sincronizada da CIA!!






Mais fotos aqui.
 
You never thought a life as dull would be so entertaining... Believe me. It is! A minha vida dava um filme, daqueles trágico cómicos. A sério, uma vida tão desinteressante nunca foi tão divertida...

ARCHIVES
December 2000 / March 2002 / December 2002 / February 2003 / March 2003 / April 2003 / May 2003 / July 2003 / August 2003 / September 2003 / October 2003 / November 2003 / December 2003 / January 2004 / February 2004 / March 2004 / April 2004 / May 2004 / June 2004 / July 2004 / October 2004 / November 2004 / December 2004 / January 2005 / February 2005 / March 2005 / April 2005 / June 2005 / July 2005 / August 2005 / September 2005 / November 2005 / December 2005 / January 2006 / February 2006 / March 2006 / May 2006 / July 2006 / August 2006 / September 2006 / October 2006 / November 2006 / December 2006 / January 2007 / February 2007 / March 2007 / May 2007 / June 2007 / July 2007 / August 2007 / September 2007 / October 2007 / November 2007 / December 2007 / January 2008 / February 2008 / March 2008 / April 2008 / May 2008 / June 2008 / August 2008 / September 2008 / October 2008 / November 2008 / December 2008 / January 2009 / February 2009 / March 2009 / May 2009 / June 2009 / August 2009 / September 2009 / October 2009 / November 2009 / December 2009 / February 2010 / March 2010 / May 2010 / June 2010 / July 2010 / August 2010 / October 2010 / December 2010 / January 2011 / February 2011 / March 2011 / April 2011 / June 2011 / August 2011 / October 2011 / November 2011 / February 2012 / March 2012 / April 2012 / May 2012 / June 2012 / July 2012 / September 2012 / October 2012 / November 2012 / December 2012 / January 2013 / February 2013 / March 2013 / May 2013 / October 2013 / January 2014 / February 2014 / October 2015 /


Powered by Blogger