Lembram-se de mencionar o tal telefonema do Ricardo no fim de ano, catalogado como o melhor telefonema do ano? Pois bem, a surpresa já pode ser revelada oficialmente.
A partir de agora,a Ruth's Newsletter tem um companheiro cibernético, no site da RTP, denominado MIXTAPE que é bem mais pomposo que figurar exclusivamente na vossa mailing list. Ah pois!
Quem segue a Ruth's Newsletter atentamente irá reconhecer algumas actualizações e artigos, mas outros nascerão. Listas e mais listas saídas da minha cabecinha, inspiradas em material que leio, vejo e oiço ou, simplesmente, conversas que tenho convosco (com os outros e totais desconhecidos). É um blog ideal para colocar nos favoritos e ouvir no local de trabalho, em casa e no telemóvel pois terão acesso a playlists temáticos feitas para animar o vosso dia (ou noite), qui ça madrugada.
Convém advertir que o nome de alguns de vocês será mencionado em pleno site da estação de televisão pública (imaginem, milhares de cibernautas) e, em alguns casos, o vosso site, blog ou canto cibernético(para quem o tem)também. Avisem á priori se isto será um problema, afinal de contas, conversas e divagações existenciais podem servir de inspiração, ideias para uma nova actualização.
Podem e devem visitar o MIXTAPE, comentar, passar a palavra aos amigos,familiares, namorados e cônjuges. Igualmente ligar para partilhar ideias para futuros tópicos, enviar sms, emails ou telegramas cantados, trazidos por espadaúdos e bem parecidos rapagões de olhos verdes. Todos os veículos comunicacionais são permitidos.
Venham as ideias e as conversas inspiradoras Amen!
¶ 5/21/2009
A partir de 9 de Maio, no novo Espaço da Estação do Rossio, os portugueses podem embarcar na experiência Titanic. Mais do que uma exposição que apresenta 230 objectos autênticos, encontrados onde jaz a carcaça de ferro do mítico Titanic, é uma oportunidade única de experienciar a magnificência trágica do mais famoso barco do mundo - em todos os cinco sentidos.
Logo na entrada, o visitante recebe uma cópia do autêntico bilhete de embarque com os dados de um dos 2228 passageiros que embarcaram na inaugural e derradeira viagem através do Atlântico Norte. O meu bilhete tinha a identidade da última sobrevivente viva do naufrágio. Demasiado nova para ter qualquer recordação da tragédia, Elizabeth Gladys Dean "Millvina", acompanhava os seus pais na 3ª classe, na tenra idade de 2 meses.
Uma vez "a bordo" segue-se uma viagem de regresso ao passado, por ordem cronológica, desde a construção do barco, a vida a bordo e depoimentos dos que padeceram e sobreviveram ao naufrágio do maior e mais luxuoso barco na primeira década do século XX.
A experiência Titanic prolonga-se pelos cinco sentidos. Cada um dos objectos em exposição conta a comovente história de um passageiro ou membro da tripulação. Uma mala deixada no porão, tachos, pratos e talheres, um cachimbo, notas, postais, cartas, colares de seda, até um cartão de visita. A história de várias famílias e particulares que embarcaram no Titanic por causa da greve dos mineiros que impediu o embarque do barco onde deveriam seguir e acabariam por morrer. Dois amigos que deveriam embarcar, mas um deles foi raptado e quando conseguiu escapar soube da morte do amigo que embarcou sem ele, pensado que este chegaria atrasado.
Alguns dos objectos podem ser tocados. Sentir nos dedos o casco, o resquício do barco ironicamente rotulado como aquele que jamais se afundaria ,é uma sensação poderosa. É mesmo possível sentir o cheiro de pequeninos frascos de amostra de perfume, protegidos por um estojo abandonado nos destroços no fundo do oceano até ser resgatado por mais de meio século.
Cada galeria tem um acompanhamento áudio particular. No espaço que testemunha o nascimento do Titanic de raíz, ouvem-se barulhos de construção e vozes de operários atarefados. Nas galerias que apresentam os objectos autênticos e réplicas dos camarotes de 1ª e 2ª classe, música instrumental. Na galeria que encerra a descrição detalhada do avistamento do iceberg, colisão e consequente afundamento, ouve-se o som do sino de alerta, barulho dos equipamentos na ponte do navio, o barulho do mar.
Pode-se mesmo tocar no gelo de um iceberg para que o visitante sinta o frio glaciar vivido na madrugada de 14 de Abril de 1912. Também, sentar-se e contemplar o memorial dos 1523 nomes de passageiros e tripulantes que perderam a vida e os 705 resgatados.
Não tive oportunidade de verificar o nome Jack Dawson no meio da lista dos que desapareceram. Embora James Cameron, o realizador do oscarizado filme Titanic, admita que é um personagem fictício, na verdade existe uma campa com um corpo resgatado, sem vida, do mar com o nome de J. Dawson.
Á medida que percorro cada canto da exposição, é inevitável, ser assaltada pelas imagens do filme. Não é uma coincidência. James Cameron sempre promoveu o filme como "uma história de Amor" (é a frase que vende, e o sr. bem precisava de lucros por estar á beira de um desastre financeiro), mas muitos dos delactores do filme, esquecem que é um relato deveras fidedigno. Particularmente as réplicas, do equipamento, mobiliário, recheio, comentários e mesmo conversas e comentários de pessoas reais: O mentor por detrás da construção do Titanic, Bruce Ismay, o Capitão Smith, Primeiro Oficial Murdoch, o Cabo do Mar Hitchens, o engenheiro Thomas Andrews.
A colaboração com a RSM Titanic, Inc, detentora dos direitos dos objectos resgatados e as empresas ligadas á construção e decoração do navio foi crucial para ampliar a viagem emocional que o espectador do filme enceta. Não só ele, também todo o visitante da exposição ou mero curioso sobre o evento trágico que adquire traços de lenda. Para todos estes, a exposição é um acontecimento a não perder. Para que a experiência seja ampliada, deixo-vos aqui 5 clips, que aconselho verem a priori, pois ajudar-vos-ão a zarpar para um experiência sensorial que vos deixará emocionados.
Confesso que tocar um objecto que testemunhou tamanho sofrimento, conhecer a história por detrás dos objectos exposto é o suficiente para abrir a minha torneira lacrimal.
Todas as fotos da exposição aqui Aproveitem pois, os comuns mortais não poderão fotografar. Felizmente a organização aceita o estatuto de free lancer e permitiu a entrada. Ainda bem, pois a exposição é a modos que...dispendiosa.
Finalmente pude dar o dedo ao manifesto e começar as lides fotográficas. Tendo em conta que não o fazia deste Dezembro foi um prazer imenso. Igualmente um prazer puder rever os Xutos e Pontapés, na minha santa terra- Seixal.
Num concerto que teve uma afluência que nunca vi naquele concelho - como aliás se pode ver pela foto, os Xutos revisitaram os seus 30 anos de carreira.
Não posso dizer que estava atentamente presente ao seu nascimento, sendo da bela colheita de 1976, só comecei a perceber a grandeza sonora dos Xutos em 1986 quando saíu o álbum "Circo de Feras". Tinha eu 10 aninhos. Dois anos mais tarde, o ano de oiro dos xutos, com o lançamento do Álbum 88 e o mítico concerto ao vivo no Restelo que resultaria no primeiro álbum ao vivo da sua carreira.
Lembro-me bem de ouvir o tema Avé Maria e ficar completamente abismada com a rendição rockeira da banda. A propósito deste tema, fiz uma busca no You Tube e imagine-se a minha alegria quando descobri o concerto do Pavilhão do Restelo na íntegra e em todo o seu esplendor. (Tim, uns quilos bem mais magro, aliás, na altura eram todos uns magricelas).
Melhor que isso, descubro que a RTP Memória (abençoada) vai transmitir este concerto dia 6 de Maio, ás 22h. Se querem recordar os bons velhos tempos do Xutos, não percam. Se a memória não me falha a primeira vez que vi os Xutos foi talvez nesse ano, ou no seguinte, num estádio de futebol de Paio Pires a abarrotar. Um mar de gente e eu, muito baixinha, muito novinha, com os meus amigos (e supervisão dos pais) sem ver e ouvir quase nada, mas lembro-me que foi um verdadeiro evento.
You never thought a life as dull would be so entertaining...
Believe me. It is!
A minha vida dava um filme, daqueles trágico cómicos. A sério, uma vida tão desinteressante nunca foi tão divertida...